terça-feira, 8 de novembro de 2011

Predestinação



"Eu não sei se ela sabe o que fez
 quando fez o meu peito cantar outra vez"
(Chico Buarque)
Vou arrancar do peito as horas mortas
Onde dormem minhas estrelas esquecidas
Pedaços de tempo descontados da história
Faltava teu riso para clarear a noite e o dia.

O coração não entendeu tanta demora...
Pareceu até cegueira, quem sabe, covardia
Essa ausência que apagava a aurora
Esquecia a festa e calava tua cantoria.

O destino perdia o acaso em cada esquina
- canto desencantado da vida -
Eu não inspirei teus sambas de amor
Nem tu, os versos da minha alegria...

O presente, porém, é corda de trovador
Onde a realidade, de sonho, se fantasia
Do que é passado nenhum acorde restou
Porque tua mão agora encontrou a minha.

- Nada do que não aconteceu importa
A felicidade é trama de linha grossa
E não podemos fugir da poesia -




(Jacob do Bandolim - Entre mil... você!!!)
(Arte: O Violinista Azul - Chagall)

8 comentários:

  1. [de palavra em palavra, melodia

    suave construção da melodia, dia]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  2. A felicidade é trama de linha grossa
    E não podemos fugir da poesia

    Que maravilha isso!
    Beijos,

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  3. Versos de fino lirismo.
    O lance é seguir em frente fugindo ou não da poesia.
    Beijos da Esquina da América, my poet.

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  4. e quando se clareiam a noite e o dia
    a poesia nos arranca a alma
    ou de dia ou de noite
    ou naquelas horas
    sem tempo
    ...

    Beijo carinhoso.

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  5. será que vai dar em samba?

    beijos pra mina do maranhão...

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  6. NÑão se é poeta impunemente, adriana.
    abração do

    R.

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