Dom Quixote reteve o seu Rocinante e falou a Sancho Pança, com um sorriso sublime:
- Vês a minha sorte? É a riqueza que vem ao nosso encontro. E a glória."
(Dom Quixote- Miguel de Cervantes)
Um instante de cada vez. Ainda assim...
Não aprendi a contar o tempo de nossas horas.
Poderia, duas vidas, esperar por nós?
Talvez. Se as demoras não levassem os dias
nos escuros em que roubas o ar de meus pulmões.
Dei memórias antigas em troca de uma profecia:
Apostar o futuro para se perder nas revelações.
(Qual a mágica de uma casa vazia?
- Móveis e talheres sem voz.)
No entanto, isso tudo salva meu coração.
Cada silêncio-menino é um carinho escondido,
- brincando de mocinho e bandido -
nos bosques e labirintos de uma grande ficção.
Se a fantasia transforma em amor o moinho
Meu destino é beijá-lo com lábios de vento.
Dos mil e um segundos, é este o segredo.
Yann Tiersen-Le Moulin
Arte: Jéssica Castro
quando minha casa fica muito vazia - e isso acontece pelo menos duas ou três vezes por dia - tramo com meus lápis, canetas e teclas assassinatos em série para esvaziar também a vida lá fora.
ResponderExcluira partir de agora, incluirei os móveis e talheres na quadrilha.
abraço
[delicada simplicidade, tecida na palavra, inquieta, serena brisa]
ResponderExcluirum imenso abraço,
Leonardo B.
Ensaiar pra quê, menina? Sai logo sentando sua borduna de crochê e polinizando todas as cabeças complicadas deste mundo. (A minha, não carece, que sou um dodecaedro crônico, sem cura nem fé pra saber o que fazer com tanta aresta e ângulo! Na única vez que tentei trocar minhas memórias antigas por uma profecia, o profeta achou pouco e mandou-me apostar no passado. Apostei, mas não pude perder-me nem nas revelações esquecidas, porque só achei uns negativos embolorados, copiosamente incopiáveis.
ResponderExcluirBeijos
P.S.: Vê se volta a postar com freqüência, viu? A carência de pólen causa, está provado, anemia anímica.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirExiste algo que se repete na poesia que habita em ti, Srta. Raposinha. É como um cicio, um segredar paulatino [que se descortina em cada verso] e que oferta uma pluralidade imagética tão intensa e tão imensa [cada verso meio que ocultando um poema inteiro, mais que um tema, mas a idéia toda]... neste cá vejo-a descrever solidão, ausência e espera cada uma com seu toque, sua nuance própria... as referências à epígrafe de Cervantes guardam doçura similar... sinto neste, como em todos mais, um vulcão em teu peito que se oferta à conta-gotas, uma por vez... um conselho?! É preciso deitar palavras no papel de quando em quando, que se guardá-las, explodem dentro da gente... Bjo grande, menina...
ResponderExcluirFlor que desfolha ao vento, que mesmo sem tempo de voar, vai deixando de maneira esparsa cada ponta de pétala que o sentir arrasta de ti...cada ponta de cada pétala possui um ímã q se arrasta p a pequenina corola que te faz, e ressurges mais cheia de graça porque mais cheias de sentires, e aqui só retornas porque não cabes mais em ti... bjs...
ResponderExcluirTambém ando ensaiando.
ResponderExcluirFiz magia com todas as cores que tinha
ResponderExcluirFiz aparecer na tela um tocador
Pintei-lhe um violoncelo a preceito
Mas ele não sabia tocar uma música de amor…
O amor nunca acontece sem amor
Esta coisa do amor será fantasia?
Será uma noite vestida de nostalgia?
Será planta envergonhada que floresce ao fim do dia?
Seja o que for, tem o nome de amor
Acho bem que seja assim
Há quem diga que se enraíza para sempre
E floresce como planta de alecrim
Terno beijo
difícil é chegar a essa simplicidade viu...
ResponderExcluirbeijos
Envolvente demais! Muito bom mesmo.
ResponderExcluir'moinho de versos
ResponderExcluirmovido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia' Leminski
Vai vir um dia dois mil e um segundos!! Lindo demais!!lindo!
Beijos!
Tia Adriana o seu blog é lindo!
ResponderExcluirEu também tenho um blog!
Me visite!
As suas poesias são lindas mesmo , agora Duda adora poesias!
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