para que não enxergue tua ausência..."
Jorge Luis Borges
Quando o coração vira a intenção avessa da palavra
Encontramos a razão pela qual se calam as estrelas.
E essa chuva?... Sonhos se precipitando de nós.
A antiga fé debulhada em orações... É reza e lava:
Fervor de quem fia um rosário com tantas mágoas
Em noites que não dormem, apenas se amortalham.
As mãos, por descuido, ainda acarinham a lembrança
Enterrando os sentidos num imenso deserto branco
E o esquecimento se perde entre a areia e o acalanto.
Nunca se está só. Nem mesmo quando o amor escapa.
A tristeza é companhia enquanto a vida segue escassa.
(Caetano Veloso - Cucurrucucu Paloma)
Encontramos a razão pela qual se calam as estrelas.
E essa chuva?... Sonhos se precipitando de nós.
A antiga fé debulhada em orações... É reza e lava:
Fervor de quem fia um rosário com tantas mágoas
Em noites que não dormem, apenas se amortalham.
As mãos, por descuido, ainda acarinham a lembrança
Enterrando os sentidos num imenso deserto branco
E o esquecimento se perde entre a areia e o acalanto.
Nunca se está só. Nem mesmo quando o amor escapa.
A tristeza é companhia enquanto a vida segue escassa.
(Caetano Veloso - Cucurrucucu Paloma)
(Fotografia: Adriana Araújo - Dunas de Genipabu/RN)
querida pólen, e a propósito do teu comentário lá no viagens:
ResponderExcluirtudo nos faz lembrar neruda, pois ele é o único que depõe poesia em todas as coisas e em todos os nomes.
a ideia do amor pelo que se não é - talvez pelo que se crê que foi - a todos estremece (afinal, só as palavras ditas com a verdade da vida estarrecem).
e, assim, continuamos a viver naquela fotografia de um tempo que vale por aquilo que se regista no papel, estático, imóvel, sem horizontes que não os cantos nítidos de uma reprodução: rostos perfeitos, a passar ao lado do tempo, sem rugas ou expressões de desencanto; sonhos de suseranos presos ao corpo como se tivessem ganho asas para ali (e só ali) voarem; sorrisos que permanecem para além da boca, para além da morte.
já ousaste rasgar retratos?!...
um beijinho com pimenta!
querida amiga,
ResponderExcluirousando responder à pergunta-mote com que nos "borjas" aqui, sempre me atrevo a sugerir que a tristeza, na sua inevitabilidade não poética, mas vivencial e vivenciada, há-de ser sempre (e não mais que isso) um meio inevitável de superação; jamais o fim.
ena, como me agarro às imagens com que aqui pintas as sensações... "as razões para o silêncio das estrelas", "a chuva que reza e lava", "o deserto branco que afaga os sentidos", "a mão que sustenta a memória"... que lavagem poética, esta, ufa!
beijos mil!
Pesado e denso, enquato todos têm votos de felicidades... Eu prefito o teu, pode ter certeza!
ResponderExcluirSó não ouvi o Caetano, não gosto dele.
E sobre posar na Mina, só me mandar uma foto sua bem legal - bonita nem precisa falar, ja que é de Floripa... :)
um beijo!
E é uma companhia apressada, às vezes corre à frente para que quando a gente chegue ela já esteja lá esperando.
ResponderExcluirBeijo.
A construção do poema tem uma ousadia só vista e sentida nos grandes mestres dos versos.
ResponderExcluirO amor como causa e efeito de tudo nos remete aos recônditos escaninhos da alma.
"A tristeza é companhia enquanto a vida segue escassa". Isto é belo de se ler.
Como todo o poema.
Bjs, querida amiga, e siga trilhando essa vereda poética.
"Nunca se está só. Nem mesmo quando o amor escapa.
ResponderExcluirA tristeza é companhia enquanto a vida segue escassa."
pegou toda poesia do mundo e colocou aí!!
bjos!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluira vida escassa é vasta de escama...
ResponderExcluirbeijo do mar, meu amor!
Adriana (assim se chamas? Assim suponho...),
ResponderExcluirFeliz Natal atrasado e feliz 2011 antecipado!
Gostaria de ter mais tempo para me perder/encontrar nas postagens daqui, mas por hora passo 'apenas' para lhe desejar felicidades. Depois volto como leitor faminto.
Abraços,
Caju.
Não poderia deixar de passar para desejar-lhe um ano novo cheio de realizações, que se faça luz sobre todos os sonhos que você cultiva. Grata pela presença no Roxo, sempre gentil e acolhedora.
ResponderExcluirBeijos
Sabe, tu refletes
ResponderExcluirtoda a luz entre
as palavras
e o silêncio.
Lindíssimo poema.
beijo carinhoso.
Adeus, ano novo!
ResponderExcluirMinha querida amiga,
ResponderExcluirBelíssimo o teu canto! Como de costume, não é? Vc nos encanta! :)
Quero aproveitar e desejar a vc um 2011 cheio de paz e alegrias. Que seja o SEU ANO! Que ele lhe traga muitas realizações e felicidades! Que vc passe todos os momentos ao lado daqueles que vc ama! Que os seus sonhos saiam da subjetividade do pensamento e caiam na realidade dos seus dias... e que eles sejam lindas porções de sol, iluminando seu caminhar!
Quero te agradecer por me permitir, hoje, estar entre os seus amigos. Isso me enche de orgulho, pois admiro muito vc! Obrigada pelo carinho de sempre e que em 2011 esses laços de amizade que nos une sejam mais fortemente traçados, regados pela poesia e pela alegria de viver. :)
Um imenso abraço!
Eita, - sempre presente - companheira!
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