domingo, 5 de setembro de 2010

.disto.antes.



(Ao som de Das dores de Oratório na voz de Zeca Baleiro)
Entre curvas sonâmbulas
Os pés descalços dançam.
Buscam abrigos,
Procuram descanso
Da distância que nos uniu.
Inalterada é a medida,
(mesmo que de atalho se travista)
Prende o querer à agonia...
Perdida = Esperar ou partir?
Bastaria uma rua aos meus passos
Tua cidade são becos fechados
(Vida vagarosa = Improviso de retalhos)
Nas costelas, esquinas, jazem
Errantes cantos de sanidade
Teus silêncios, cócegas nos intervalos.
Antes, disto do que seja verdade...
Sou colo em que deitas o pavor
Companhia aos pedaços, covarde,
Do amor que se sabe metade.



(Fotografia de Henrique Alfonso Triviño: http://www.br.olhares.com/)

14 comentários:

  1. PRIMEIRAS DIGITAIS: Distoante eu diria porque foge ao mote dos anteriores, mas não menos belo... anda e o quanto antes e não espera, que de esperar só na rima e no dito popular se acha...

    Bjs mil, Dri! ;)

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  2. "anda e o quanto antes e não espera"

    Ei, Chico...

    Como diria também o outro Chico naquela música:
    "Quem espera nunca alcança"!

    Beijos disto e daquilo, querido!!!!

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  3. DEGUSTANDO: O que distoa [como extremos] se encontra nos meios, e sempre... se o meio não propicia, faz-se meios... algumas diz[t].ânsias unem ao passo que proximidades há que separem... sentenças categórias se abrigam no perigo... da curva sonambúlica que distoa...

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  4. "Bastaria uma rua aos meus passos" e quantas vezes isso nos falta ao coração e não tão somente aos passos..um lugar para irmos

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  5. vejo a rua, pressinto rostos, toco luzes e sombras. mas aquela névoa de melancolia que veste a tela não sai das paredes... e a solidão passa a ser o único autor.
    um beijo!

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  6. "Sou colo em que deitas o pavor
    Companhia aos pedaços, covarde,
    Do amor que se sabe metade."

    Acertou-me em cheio uma onda de permissivismo amoroso, tomei caixote (como diz a gíria carioca) e acabei aprisionado, mas é uma prisão repleta de belezas artísticas, como seus versos .disto.antes.

    Bjs!! :)

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  7. Diz(t).ânsias são extensões férteis para os meios, embora nem sempre frutifiquem em doces fins, Chico.

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  8. Tens razão, Ediney. E, às vezes, o desejo de seguir, de ir em frente, sair do lugar, é tanto que as peredes parecem estar em todo lugar...
    Seja muito bem vindo!!!

    beijos...

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  9. Sendo assim, Jorge, acho que o que resta é "gastar" o que dita essa solidão para que a névoa da melancolia possa se dissipar.
    Vamos nós, então...
    Beijinhos pra ti!!!

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  10. Vou até tomar emprestada uma frase do blog do Carpinejar, El Bailaor...
    "Liberdade na vida é ter uma amor para se prender"
    Realmente, há "prisões" cuja beleza vale a pena.

    Beijos, querido!!!

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  11. Linda tua presença aqui, querida Insana!!!

    Beijos!!!

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  12. Olá, como vc chama?

    Obrigada pela visita no meu Olho Roxo.

    Gostei bastante desse.

    Achei delicadas suas palavras, suas imagens são precisas, e sua poesia soa muito mais convincente, doída e visceral (como disse) que meus poemas talhados, fotografados.

    Preciso explorar mais seu blog. Raro encontrar coisas realmente interessantes. Beijos!

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