domingo, 1 de agosto de 2010

(para ler ouvindo Nuvem Negra na voz de Angela Rô Rô)

Então... Melhor parar de mergulhar de repente
Nos enganos sem rima dessa amor esquizofrênico
Fingindo me vestir com trapos de desejos ausentes.
Eles costuram tua miragem onde há apenas eu
Com uma estranheza...
E a minha calma de cólera cansada de fábulas
Mentindo a não dor de Layla chorada pelo sr. Clapton.
Boa música e péssima história... É sempre assim...
Talvez eu comece a fumar. Companhia para os lábios
E um charme para a fotografia desse filme censurado.
Meus flagrantes serão poesia de botequins e calçadas
Com uma platéia desatenta de bêbados...
Aplaudindo meu romance inventado.

4 comentários:

  1. A melodia combinada fez tudo ficar ainda mais emocionante!

    De um lado o clamor quer ver passar a nuvem negra, do outro aplausos afagos de bêbados. E tudo se encaixando, emocionando... nitidez e fumaça... maravilha!

    Simplesmente , adorei! :)

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  2. Sad but true, como diz o título da música... falar em títulos, sinto falta deles nos poemas teus, menina... belo e visceral, mas o sentimento de que o imbui é algo diverso dos anteriores, qual um vômito, algo que põe pra fora por catarse de frustrações e dores antigas e passadas, e, inda assim, guarda sensível beleza equiparável aos demais... o fumo pela companhia para os lábios e a fotografia do filme censurado figuraram como imagens singulares do quadro descrito... ;)

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  3. Essa música, El Bailaor, ainda mais na voz de Angela acho que dá um tom mais "dramático"... Tenho paixão por ela. Fico contente que tenha gostado dos "encaixes" que ambos, texto e música, se permitem.
    Valeu pelas visitas e pela gentileza dos comentários.

    Um beijo.

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  4. Tenho uma certa dificuldade com títulos, Chico. Quando não vêm logo de primeira, no susto da idéia do texto, não consigo elaborá-los depois.
    Esse expressa, especificamente, um momento confuso, a vontade era meio que de gritar pra poder respirar melhor e conseguir visualizar o lugar de cada coisa.
    Difícil sintetizar o que não está claro. Impossivel mesmo intitular nesse caso.

    Um beijo.

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