sexta-feira, 30 de julho de 2010

(P)arte

eu como nuvens para flutuar...
Tenho um pedaço de alma inquieta e teus versos me atravessam em mãos híbridas/Há partes esvaindo-se em fervuras, por vezes misturam-se formando um abstrato de mim mesma/Há as que se aquecem com o que escreves, enxergam azul, cheiram alfazemas/Outras se melancolizam/Minha boca tingida de vermelho desvenda mistérios físicos que nunca possuí/Imagino o gosto e os odores para, enfim, saciar-me com tua poesia. É uma guerra jejuar do que li/ Rasgo frases, teias, verbos na tentativa de absorver as bifurcações que revelas e montar caminhos de silêncios gritantes em vistas alheias/ Imagino o que regou aquela terra de onde brotaram as flores que não queriam/Como o zodíaco interfere.../Que tempo é esse em que te perdes.../Livros não são tetos para tempestades/Doses de realidade opaca fazem chover em meus sonhos e surge um lindo arco-íris em (con)fusão com a luz de um sorriso roubado num quintal de fantasias/Tenho uma "urgência de carne"... Um cio de barba, de corpo rabiscado/Inconstantes ais.../Gata alterada de miado abafado que roça na sombra de onde estás.
(Para os nômades da cidade da lama e do caos)

4 comentários:

  1. Intenso, pungente, mágico, cadência célere de uma metrajeta, que se a arte faz parte, (p)arte-ido não se vai inteiro, leva-se um pedaço, outro fica aqui... Belo!!!

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  2. Pólen, que intensidade!

    Para degustar como um bom vinho rascante, ácido e doce...

    Gostei muito! :)
    Abraços!

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  3. Eita, Chico...
    "(p)arte-ido não se vai inteiro, leva-se um pedaço, outro fica aqui..."
    E fica mesmo!!!!
    Obrigada!
    Um beijo!

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  4. Olá, El Bailaor...
    Que bom que gostou!!!!
    Fico feliz que mereça um vinho... Então,degustemos!
    Um beijo!

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