Minha vontade é de rasgar as roupas e nua fincar os pés na lama.
Deixar que as narinas busquem, soltas, o cheiro que a rua emana.
Gozar, o que da noite é tudo enquanto. Seja vil ou bendita flama.
Quero mesmo é verter o que em mim se espanta. Espalhar Pólen,
Rente a cada constância, nas dobras em que me escondo Adriana.
(Em meio ao cotidiano urbano e literário das poesias de Roberto Piva, vive um personagem intenso, livre e desejoso das possibilidades oferecidas pelo mundo, pelo outro. Ele se chama Pólen. Este blog se inspira em sua beleza e estranheza, na mesma desmedida. Aqui, inscreve-se uma modesta homenagem ao Piva, ao Pólen e aos grãos que deles se espalharam em mim)
(Ilustração: João Ruas - www.vectroave.com)
És.com.de.ida e de volta também... :)
ResponderExcluirPenso talvez o nome que nos deram nossos pais, o nome com que fomos batizados não traduza a contento quem sejamos [isto de único e singular que temos]... saímos vida afora à procura de identidade, de um nome - e cremos, a palavra tem força, tem poder, doutro modo não escreveríamos... e pseudônimos são mais nomes que aqueles sob os quais nos escondemos...
Belíssimo poema e a reflexão que nele habita...
Bjs, nina! ;)
És.com.de.ida e de volta também... Ser com, ser junto, ser se junto... deixar de ser se separado...
ResponderExcluirViscerais tuas palavras,
ResponderExcluircom volúpia e encanto.
Cheia de polen.
Chico, querido...
ResponderExcluirA poesia do Piva foi pra mim uma revolução literal e literária. Até lê-lo, não havia tido contato com versos tão "fotográficos" e de tanta velocidade (pelo menos é assim que o sinto e que o leio). Foi paixão e vício que me permitiram conhecer muitas outras coisas. Infelizmente, o poeta faleceu este ano. Mas o Pólen e a poesia dele continuam circulando pelos asfaltos... Ainda bem.
Acho que de algum jeito tento me impregnar um pouco com essa urgência.
Beijos...
Olá, Herculano!!!
ResponderExcluirGostei muito do espaço lá. Que bom receber uma visita tua. Apareça mais vezes!
Um beijo