quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Cidade

"Eu abro os braços para as cinzentas alamedas de São Paulo
E como um escravo vou medindo a vacilante música das flâmulas"
(Roberto Piva)


São rápidos os dias
na cidade dos beirais enfumaçados.
A neblina encoraja o fluxo das artérias
cada qual sopra suas nuvens e segue
desviando dos olhos amarelos
que convidam a lembrar da vida.
Quem quererá paz na cidade da sedutora agonia?
A calma é bebida em cafés espalhados nas calçadas,
enquanto o comércio engrossa sua romaria.
É tácito o entendimento entre as línguas.
Um gosto estrangeiro que engorda e desafia
a perder-se nas vistas dos viadutos
por onde se movem paixões e temores.
Enquanto a Torre liberta o mundo
que se esconde sobre as calçadas,
pessoas se fecham em vagões sem cores...
Espaços de multidões que se calam
Para viajar nos sonhos que ninguém embarca.


                                          (Cat Power - The Greatest)

Um comentário:

  1. \Um gosto estrangeiro que engorda e desafia
    a perder-se nas vistas dos viadutos
    por onde se movem paixões e temores.\

    Moça, vosmicê escreve muito. Quando eu crescer e deixar de ser palhaço, quero ser que nem vosmicê. Por enquanto, vou "soprando minhas nuvens" no picadeiro virtual que acabei de criar. Vou juntar lá todos os grandes palhaços, humoristas e comediantes, de Carequinha a Millôr, de Oscarito a Carlitos, de Chico Anísio a... Sarney! Comecei agora, mas daqui a um tempo passa lá pra rir um pouco. Será uma honra pra esse palhaço de meia tigela que lhe saúda tirando o chapéu, a careca e o nariz!

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