“Ninguém ampara o cavaleiro do mundo delirante,
Que anda, voa, está em toda parte
E não consegue pousar em ponto algum.
Observai sua armadura de penas
E ouvi seu grito eletrônico.”
(Murilo Mendes – Overmundo)
Deixei que respirassem os tremores de minhas mãos
crendo que a velhice traria leveza a certas coisas.
Mas a loucura, que era nossa, permanece
qual coluna grega neste caminho sem pedras.
Em minhas viagens, fotografo rebeldia e beleza
que brilham nos suspiros das paisagens mortas.
E o poeta que ainda cresce nas margens carrega, calado,
mundos que não cabem em sua mochila.
Quando se conhece como as palavras são por dentro,
não se pode confiar no que os olhos enxergam.
A dúvida e o silêncio alimentam o que somos nós.
Por amor muita poeira sujou nossos sapatos,
mas, de amor não se fez o que mais importa:
um ninho para o descanso dos pássaros,
uma sombra onde repousasse o concerto de girassóis.
(Gustavo Santaolalla - Pajaros)
que bonito poema.
ResponderExcluirbeijos
este trecho é brutal:
ResponderExcluir"por amor muita poeira sujou nossos sapatos"...
é de uma beleza tão rara, sabia???
saudades de vir aqui.
beijão,
r.