sábado, 30 de outubro de 2010

Passamento



Toda paisagem é retrato numa janela...
Deixei no parapeito sonhos como escora.
Mas, se minhas cidades são feitas de vento...
Farei planos como quem não se demora.
Cheio de luz, meu olho não mais cega...
Livre, vejo que nenhuma razão importa:
Tenho mais apreço pelo que não penso.
Qual o sentido da gravidade agora?
No fundo, com nada mais a.prendo
Sem saudade é bem fácil ir embora
Entreguei a hora ao esquecimento
E o velho futuro perdido... Joguei fora.






The Velvet Underground - Oh! Sweet Nuthin'

(Arte: Miró)

38 comentários:

  1. Como pode ser intenso e suave?! Mas é... belo, intenso, suave, mágico, como de hábito... mas há mais... sem saudade, és.quer.ser, mas não é... não se joga fora o que se for, leva consigo pedaço e belo naco d'alma junto... belíssimo, srta. raposinha... ultimamente oculta no covil, fungindo das virtualidade, espero não mais do mundo virtual... saudades ;) :D

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  2. Imagem, palavras e sons harmônicos para esta postagem. Parabéns sempre!

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  3. Gostei!

    achei decisiva a frase "Sem saudade é bem fácil ir embora".

    muito bonita!

    um beijo

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  4. Chico, querido... Que saudade! Essa quero sempre ter.
    Precisamos colocar o papo em dia.
    Que seria de nós se não fossem todas as virtualidades... Porém, às vezes, a realidade se impõe e nos ata as mãos e a imaginação.

    Beijo grande!!!

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  5. Olá, Fred!

    Fico sempre muito lisonjeada com tua presença e leitura atentas.

    Obrigada mesmo.

    Beijinhos...

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  6. Mina, a saudade nunca é uma dama desprendida. Ela gosta de atar bem os laços, não achas?
    Como partir quando ela nos abraça?
    Difícil, né!?

    Beijos, querido!!!

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  7. pólen,
    texto explosivo, porque radioactivo. a tua escrita é feita disso mesmo: pequenas sacudidelas que conduzem à derrocada final. quem lhe resiste?
    e que dizer de velvet underground? era pouco mais que um miúdo quando os vi ao vivo. marcaram uma geração, verdade?
    p.s. não resisto ao verso "o velho futuro perdido"; de contraditório, só mesmo a aparência. rendo-me...
    um abraço sentido!

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  8. "Toda paisagem é retrato numa janela...
    Deixei no parapeito sonhos como escora"

    Dois versos e, debruçado na sua janela, já me esborracho de satisfação. Vou ler mais agora não. Senão fico radioativo demais e acabo votando em Dionísio!

    Mas volto depois de votar, pra ler tudo que deixei de ler ultimamente. É que a cabeça anda meio vazia... "E o coração se fecha para descansar dessa vertigem"...

    Beijos

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  9. Seu poema me fez olhar a janela. Chove aqui agora, imaginei os pingos como transeuntes desse infinito de passagens que vemos do parapeito.

    Moça, seu comentário me fez sorrir, obrigada por seu carinho, vc é um doooce!

    Beijo.

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  10. Jorginho, eu é que não resisto à tua presença por cá. Fico toda feliz!!!

    Conheci a Velvet há pouco tempo. Aliás, tenho conhecido muita coisa nova ultimamente. O Viagens... tem dado contribuições especialíssimas para a ampliação do meu universo musical.

    Beijinhos sonoros.

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  11. Tuca, acredito que quando a cabeça anda vazia é porque os sentidos andam apurados. E, segundo nosso querido Caeiro, isso é uma vantagem. Concordas?

    Vamos radioativizar!!!! Dionísio na cabeça e no resto do corpo também!!!!

    Beijinhos pra ti.

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  12. certos retratos lançamos janela abaixo, ainda assim, recaem sobre nós.

    ler-te é um prazer paisagístico.

    beijo, flor de pólen!

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  13. Lindo demais, Pólen!
    Demais!
    "E o velho futuro perdido... Joguei fora."
    Abraço, querida!

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  14. Querida Poetisa, que coisa mais linda isso! :)
    Simplesmente estou encantada com suas palavras...

    "Tenho mais apreço pelo que não penso.
    Qual o sentido da gravidade agora?"

    Perfeito! Amei essas indagações... e, por fim, as constatações!

    Beijos, Flor.

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  15. e o retorno do silêncio
    cinge a alma
    sem trégua
    ...

    carinhoso beijo.

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  16. Nao gosto do silencio ele me doi a alma.

    bjs
    Insana

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  17. O desapego, pela nossa própria natureza, deveria ser uma atitude constante. No entanto, temos que reafirmá-lo sempre contra tantas ilusões de vínculos e amarras. Gostei demais. Também me impressionei com o "velho futuro perdido", uma intuição altamente reveladora.

    Um abraço.

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  18. Drica minha poetisa preferida, você diz tudo com tanta exatidão que parecer olhar para minha alma, obrigada amiga pelas doses diárias de poesia.

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  19. sim, sem a saudade fica tudo mais facil...
    amei o velvet.
    beijo!

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  20. Larinha... Espero que a chuva caia por aqui também... E leve o que não tem porque ficar.

    Beijinhos, linda!

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  21. É verdade, Cris. Às vezes penso que o "passamento" de ambos (nós e paisagens) é uma necessidade inadiável. Mas é tão difícil se ver em outro cenário, não é mesmo?

    Adoro você!
    Beijos doces...

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  22. Zélia, querida...
    Obrigada pelo carinho! Fico tão honrada quando vens ao polen...

    Beijo, beijo, beijo...

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  23. Teus silêncios sempre tão grávidos de beleza é que me encantam, Colecionadora.

    A alegria é grande de tê-la por aqui, viu!!!

    Beijinhos...

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  24. Ai, Domingos... que saudade... Tem acontecido tanta coisa que não estou conseguindo beber minha dose diária de tua poesia... Que bom te encontrar aqui agora...

    Beijo grande, meu amigo.

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  25. Sonhei com Querunbins zombeteiros
    Com um Arcanjo em eterna luta com o mal
    Sonhei que a chuva era o pranto dos deuses
    Sonhei que o amor tem um caminho fatal

    Descobri que as nuvens são carruagem de água
    Que os anjos afinam as harpas de madrugada
    Que as gaivotas em terra são pronuncio de borrasca
    Que a razão de um justo não vale quase nada



    Doce beijo

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  26. por onde andas, pólen?... ai, as abelhas que perdem as asas...
    um beijo!

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  27. E tua alma é de uma beleza que canta, querida Insana.

    Beijos, linda!

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  28. Um honra tua presença por aqui, Marcantonio.

    Beijo grande pra ti, querido!

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  29. Lady Di, eu é que fico devereas agradecida por tua existência ter cruzado com a minha.
    Beijinhos, amiga...

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  30. Fica mesmo, So sad. Mas temos tanto apego à ela, não é mesmo?!

    Velvet é massa!!

    Beijos...

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  31. Que alegria tê-la por aqui, Renata!

    Beijos doces e com muito polen...

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  32. Profeta, tu sempre chegas arrebatando os olhos e a alma, né?!

    Lindo demais teus versos...

    Beijos, querido!

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  33. Jorginho, querido...
    As obrigações e as contingências do cotidiano são bem insensíveis com quem necessita da poesia nossa de cada dia.

    Sinto-me seca de saudade, mas agora que tudo já está calmo, voltemos às atividades e ao prazer.

    Beijinhos...

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  34. querida pólen,
    não imaginas como as tuas palavras, aqui e no viagens, me enchem a boca em sorriso. a tua poesia - em poema e comentário - faz-nos falta. melhor que regressares, é saber que o fazes por teres tudo o que na vida é essencial bem acomodado na palma da mão.
    um beijinho e "un saludo" por este regresso!

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