(Para Mafa... Pelas sincronicidades e o encanto dos pássaros.
E para os pássaros...)
Ela tinha um chão. Nunca precisou cruzar suas fronteiras.
E com certezas regou a terra onde plantou raiz e estrelas.
Era latifúndio produtivo, com tempo de colheita definido,
Garantia de sono tranquilo, seu céu sempre pôde alcançar.
Certa vez, porém, instalou-se por lá rigorosa invernada,
Com a luz do céu apagada, encontrou um pássaro cantador,
Que perdido, fugindo do frio, em seus braços se aninhou.
Armou-se, então, a encantada história de uma sina conjugada
Em que a mulher e o pássaro, num sonho de vida renovada,
Começaram uma difícil e inédita jornada em busca de calor.
Enquanto o pássaro cantava, a mulher arrancava as estacas
Pra fazer fogueira com a cerca que o inverno não derrubou.
Ele, enquanto o fogo avançava, esquentava o canto e as asas
Preparando-se para seguir viagem quando chegasse o verão.
Aconteceu que na derradeira hora, antes da esperada partida,
Mulher e pássaro sentiram ter no peito curiosa interrogação.
Parecia ser até saudade de história de amor ainda não vivida
E sem entender, nem nada a dizer, dispensaram a despedida
Na esperança de um dia, poder unir, de novo, fogo e cantoria.
Mas o que ficou dessa estranha companhia marcou o coração.
A mulher entendeu que as estrelas, assim como seu novo amigo,
São horizonte fugidio, odeiam gaiola, não se prendem ao chão.
Sensacional!!! E quem gosta de gaiola - não é?
ResponderExcluirUm abraço!
Musicalidade ímpar, candura característica, aspecto de conto, com começo, meio e fim - é ler e visualizar como numa narrativa [aqui poetisada]... a arte do possível no interstício entre a mulher e o pássaro, mas poesia faz o impossível... faz desfrutarem da companhia e da troca e do calor sem engaiolarem-se... fogo e cantoria se eternizam... ;)
ResponderExcluirQue andemos de mãos dadas com a nossa liberdade. Se não for possível carrega-la pela mão, trazemo-la para dentro do coração em forma de canção. Para dentro dos olhos. Ou tatuada feito pássaro no mapa da pele.
ResponderExcluiramei o texto. a imagem. a inspiração.
beijos,querida!
beijos,querida.
Oi, Léo...
ResponderExcluirAbaixo as gaiolas!!!!! Mas vai que tem alguém que goste? Fazer o quê, né?!?!
Fico muito contente com tuas visitas.
Beijos...
E se eternizam mesmo, Chico! Também acho que a "poesia faz o impossível". Muda o olhar para as coisas que sempre estiveram ali. A mágica do olhar à segunda vista.
ResponderExcluirBeijão.
Querida Nanah,
ResponderExcluirÉ uma alegria tê-la aqui. Obrigada pelo comentário tão delicado.
E andemos com liberdade sempre!!! Por sobre ou sob a pele...
Um beijo.
Eu li como uma poesia-crônica, que se quiser pode chamar de poesia-conto, como disse o amigo Francisco.
ResponderExcluirgostei!
um beijo
A ideia era fazer um texto "à moda de viola". Uma cantiga mesmo. Gosto muito de Elomar, Xangai, Vital, Geraldo... (do Cantoria todo)... Queria fazer uma singela homenagem com essas referências musicais (e com a história do pássaro encantado também).
ResponderExcluirQue bom que A Mina do Cara gostou!!!
Gostei muito de lá e irei mais vezes.
Um beijo.
Era uma vez o Pólen Radioativo que me encantou a alma.
ResponderExcluirParabéns pelo espaço, Abelhinha.
Voltarei mais vezes enfeitiçado pelo conteúdo do blog.
Um achado.
Bjs.
Que lindeza, Paulo Jorge!;)
ResponderExcluirObrigada pelas felicitações... Volte mesmo!!!
Um beijo.
Pássaros...pássaros...pássaros
ResponderExcluirE o vôo do "pólen"?!?
Vem o vento e leva....empurra
Vem a abelha e leva...carrega
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E as ondas radioativas...elas emitem substâncias alfa,beta e gama! Entendeu???
Bem..."EU NUNCA ENTENDI!!!" (rs)
Mas uma coisa é agradável de saber: ao produzir "fluorescência"... ela atravessa até mesmo corpos opacos à luz ordinária...
Pólens...pólens...pólens...
"Pássaros-pólens"
Mafa =)
Eita, Mafa!!!!!
ResponderExcluirSorriso de orelha à orelha agora!
Entendi também não... Mas sei que os "pássaros-pólens" continuarão alçando altos voos.
Mil beijos...