quinta-feira, 22 de julho de 2010

Soneto n°1


Guardarei meus sonetos sob véu opaco
Para que renovem seu hálito etéreo
E cantem a boa sorte dos meus olhos
Ao verem Eurídice retornar dos infernos.
*
Que meu silêncio travestido em cegueira
Encerre o tremor de meus dedos e traços
Borrando os contornos dessa vil fraqueza
Vício ferino que dos lábios quer um trago.
*
Pois se a escolha de te esquecer me foi negada
Deixarei que se percam em todas as palavras
O sentir amarelado que habita a folha morta.
*
E na noite finda, rasgando a paisagem escura
Quero um amor grafado com o primeiro riso
Na manhã-menina que simplesmente acorda.
***

3 comentários:

  1. É o primeiro mesmo? Belíssimo!!! Pluralidade de imagens se sucedem...

    Reverberou fundo aqui:

    O sentir amarelado que habita a folha morta.

    Quero um amor grafado com o primeiro riso
    Na manhã-menina que simplesmente acorda.


    ;)

    Bjo, menina!

    :D

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  2. É sim, rsrrs... Pelo menos o primeiro "sério" ;), com uma intenção específica e uma expectativa... Que bom que tu gostaste.

    Um beijo.

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  3. Gostei?! Adorei!!!

    Beijão, menina! E obrigado por polinizar por lá também... ;)

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