domingo, 27 de junho de 2010

Benvindo sob as bençãos de Baudelaire

"Quando por uma lei das potências supremas,
O Poeta se apresenta neste mundo aborrido,
Sua mãe espantada e cheia de blasfemas
Crispa as mãos para Deus que a escuta condoído:
'Ah! que eu não dei à luz um ninho de víboras,
Em vez de alimentar esta única diversão!
Maldita a noite, a das alegrias efêmeras,
Em que gerou meu ventre a minha expiação!
...'
No entanto, sob a tutela de um anjo sem nome,
Embriaga-se de sol o jovem deserdado,
E em tudo o que ele bebe e em tudo que ele come
Sempre encontra a ambrosia e o néctar afogueado.
..."

(SPLEEN E IDEAL: I Benção. In: Flores do Mal)


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